terça-feira, 24 de novembro de 2009

Arte Contenporânea


Quando se fala em arte contemporânea não é para designar tudo o que é produzido no momento, mas sim aquilo que nos propõe um pensamento sobre a própria arte ou uma análise crítica da prática visual. Como dispositivo de pensamento, a arte interroga e atribui novos significados ao se apropriar de imagens, não só as que fazem parte da história da arte, mas também as que habitam o quotidiano. O belo contemporâneo não busca mais o novo, nem o espanto, como as vanguardas da primeira metade deste século: propõe o estranhamento ou o questionamento da linguagem e sua leitura.
O artista de vanguarda tinha a necessidade de experimentar técnicas e metodologias, com o objectivo de criar novidades e se colocar à frente do progresso tecnológico já o artista contemporâneo tem outra mentalidade, a marca de sua arte não é mais a novidade moderna, mesmo a experimentação de técnicas e instrumentos novos visa a produção de outros significados. Diante da importância da imagem no mundo que estamos vivendo, tornou-se necessário para a contemporaneidade insinuar uma critica da imagem. O artista reprocessa linguagens aprofundando a sua pesquisa e sua poética. Ele tem a sua disposição como instrumental de trabalho, um conjunto de imagens.
As novas tecnologias para a arte contemporânea não significaram o fim, mas um meio à disposição da liberdade do artista, que se somam às técnicas e aos suportes tradicionais, para questionar o próprio visível, alterar a percepção, propor um enigma e não mais uma visão pronta do mundo. O trabalho do artista passa a exigir também do espectador uma determinada atenção, um olhar que pensa.
A actualidade da arte é colocada em outra perspectiva. O pintor contemporâneo sabe que ele pinta mais sobre uma tela virgem, e é indispensável saber ver o que está atrás do branco: uma história. O que vai determinar a contemporaneidade é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio para expressar uma ideia, onde pesa experiência e informação. Não é simplesmente o manuseio do pincel ou do computador que vai qualificar a actualidade de uma obra de arte.
Nem sempre as linguagens coerentes com o conhecimento de nosso tempo são as realizadas com as tecnologias mais avançadas. Acontece, muitas vezes, que os significados da arte actual se manifestam nas técnicas aparentemente «académicas». Diante da tecnologia a arte reconhece os novos instrumentos de experimentar a linguagem, mas os instrumentos e suportes tradicionais estão sempre nos surpreendendo, quando inventam imagens que atraem o pensamento e o sentimento.

Nancy Santos

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